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sábado, 17 de março de 2012

A SUA IMORTALIDADE EM HARRY POTTER


Muitos hão de estranhar o título deste artigo. Muitos o lerão pela curiosidade que porventura ele cause. Muitos o deixarão de ler por não acreditarem que há relação entre a sua imortalidade e a obra Harry Potter, da autora inglesa J. K. Rowling. Todavia, fiz a relação mais simples possível: juntei a maneira que aprendi de se tornar imortal e a metáfora implícita na obra, que tem a mesma ideia! Não tenho minha noção de imortalidade retirada da obra, mas percebi um detalhe curioso: intencionalmente, ou não, Rowling tem o mesmo pensamento sobre a imortalidade de uma pessoa. Não... não é a Pedra Filosofal.

Em verdade, só se pode entender a mensagem dessa imortalidade a partir do sexto livro, apesar dela estar implícita desde o segundo. A saber, sete são os livros da série.

Existem pessoas imortais? Não?? Então o que dizer, apenas para citar alguns exemplos, de William Shakespeare? Leonardo Da Vinci? Lúcio Sêneca? Ludwig Beethoven? Luther King? ... Estão mortos? Estar vivo, é o mesmo que viver? E viver, é estar vivo? Morrer é estar morto? Estar morto seria o mesmo que morrer? Essas perguntas por elas mesmas, se levarem o leitor a reflexão, já valeriam o artigo, mas já que me propus a relacionar a imortalidade e a obra Harry Potter, continuarei.

Creio que independente das respostas que o leitor possa chegar às perguntas acima, acredito que estar vivo não depende de sua matéria, depende de seu espírito. Não se ouve tanto falar por aí nos idosos com “espírito jovem”? Mais jovem do que os de muitos adolescentes por aí? Sim! Acredito na imortalidade do espírito. Acredito na jovialidade do senil! Acredito na velhice adolescente!

Pensemos em uma árvore. Uma árvore robusta, com boa sombra, com bons frutos. Imaginemos então que a árvore, por N motivos, tivesse que ser derrubada. Ela deixaria de existir? Os frutos colhidos antes da derrubada seriam menos saborosos por causa disso? A lembrança da sombra que ela proporcionava desapareceria, como num passe de mágica, das mentes dos que dela aproveitaram? Talvez até mesmo a folha de papel que a utilizou como matéria prima, ela não existe? Não veio da árvore? A árvore, em verdade, não está na folha de papel, no sabor momentâneo do fruto, no prazer da lembrança do sabor do fruto, na lembrança do frescor da sombra? E sempre que encontrar uma nova sombra, aquilo não o lembrará da antiga árvore? Percebam: A ÁRVORE NÃO MORREU! A árvore pode não viver, mas, indubitavelmente está viva! E estar vivo, para sempre, é ser imortal. 

Ok! Um dia podem esquecer a pobre árvore. Mas essa foi apenas outra metáfora. Voltemos aos primeiros exemplos. Shakespeare, Da Vinci, Sêneca, Beethoven, Luther King ... alguém se atreve a dizer que serão esquecidos algum dia? Décadas, séculos e milênios separam esses homens de nós mesmos. E muitos lembram deles. São as árvores. Suas vidas continuam a desafiar o tempo, pois são muitos os que ainda saboreiam os seus frutos, a sombra que proporcionaram e ainda proporcionam e hão de proporcionar pros que ainda chegarão.

“Não tente me enganar... e onde está Harry Potter nessa história?”

HORCRUXES. Nos livros finais da série, o protagonista descobre que para se destruir o Lord das Trevas (Voldemort), deverá, antes, destruir todos os seus Horcruxes. Segundo a história, “horcrux” seria uma elevada técnica de magia cujo bruxo que conseguisse realizar o feitiço, poderia dividir sua alma em dois pedaços: um deles permaneceria no corpo, enquanto que o outro poderia ser colocado em qualquer objeto ou coisa. Alto nível de magia. Após o sucesso do feitiço, o bruxo teria sua alma dividida em duas, então nada mais óbvio que para se “matar” o bruxo, tivesse que se destruir as DUAS partes de sua alma, senão ele continuaria vivo.

Acontece que Voldemort criou, não um, mas sete horcruxes. Eis o problema: para se matar definitivamente Lord Voldemort, teria que se destruir todas as partes (horcruxes) de sua alma, espalhadas por seis objetos diferentes. A última parte estaria nele próprio, já que nenhum humano poderia viver sem uma alma (ou parte dela).

Essa é a explicação da imortalidade em Harry Potter. Se quiser saber o final da história, Harry Potter é uma ótima dica de leitura! E porque eu disse que seria uma metáfora para nós, buscarmos a nossa imortalidade? Simples: também devemos “criar feitiços”. Somos mágicos. Somos bruxos. Somos humanos. Devemos criar horcruxes. Devemos dividir nossas almas, sempre no pensamento de que em quantos pedaços mais pudermos dividi-la, mais difícil será nos matar, até chegarmos ao ponto de nos tornarmos imortais!

Os primeiros exemplos são imortais porque produziram incontáveis horcruxes. Podem, com o tempo, destruírem um ou outro, mas nunca destruirão todos. Citei exemplos de “bruxos bons”, mas os “bruxos maus” também criam seus horcruxes. Muitos são os maus exemplos que nunca serão, e nem deveriam ser, esquecidos.

Acontece que todos podem criar horcruxes. Dividam suas almas em seus filhos, em seus netos, em suas obras, em seus sonhos, em suas poesias (se você é poeta), em suas músicas (se você é músico), em seus livros (se é escritor), em seus alunos (se é professor)... Isso o fará tão grandioso que fazer você deixar de existir será uma tarefa impossível. Terão de destruir todas as partes de sua alma, distribuídas em todos os horcruxes que você criou, e enquanto restar ao menos um deles, você ainda existirá. 

Eis a verdadeira imortalidade.

- Texto escrito em meados de 2009.

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